Aqui está um assunto muito interessante e controverso. Ele gera muitos debates entre veterinários e criadores que têm problemas para diagnosticar. Infelizmente, o resultado nem sempre é claro para os tutores em dúvida. Neste artigo Cachorro autista, tentaremos esclarecer o máximo possível sobre o assunto.
Boa leitura!
Estudos científicos sobre autismo em cães
Há um grande debate sobre o autismo em cães, pois, no momento, nenhum resultado conclusivo tornou possível esclarecer a existência ou não dessa patologia em cães.
Alguns estudos sugeriram que os neurônios presentes no cérebro de cães podem ser a causa dessa doença. Estes seriam neurônios afetados congenitamente, fazendo com que o cão pudesse nascer com esta doença, mas não adquiri-la durante a vida.
Sendo uma condição bastante incomum, muitos veterinários preferem chamá-lo de “comportamento disfuncional”.
Outros profissionais falam sobre doença idiopática de origem desconhecida, o que dificulta a detecção da origem do problema.
A última teoria, que nos mergulha ainda mais em problemas, alude a uma possível herança da doença de um parente do cão que teria sido exposto a muitas toxinas por um determinado período de tempo. Estas seriam vacinas desnecessárias ou em excesso. Essa teoria reforça a ideia de que a vacinação excessiva de cães não só prejudica sua saúde, mas também afeta seus descendentes por várias gerações.
Sinais de autismo
Conseguir diagnosticar um cachorro autista é um desafio, principalmente porque muitos veterinários não estão convencidos da existência dessa doença em cães. No entanto, existem vários sinais comportamentais que podem estar relacionados a essa patologia. Esses são distúrbios comportamentais, como comportamentos obsessivos e/ou compulsivos.
Esses comportamentos estão associados aos do autismo humano, mas podem ser esclarecidos e diferenciados um pouco mais.
O distúrbio obsessivo-compulsivo canino é muito presente em raças, tais como o Pastor Alemão ou Doberman.
Eles têm comportamentos repetitivos de atitudes estereotipadas, como morder o rabo, virar-se, morder-se ou lamber certas partes do corpo de maneira obsessiva e repetitiva. Essas atitudes se tornarão mais intensas ao longo do tempo e assim, não terão descanso.
Os responsáveis pelo cão devem prestar atenção à evolução desses distúrbios, se aumentam ao longo dos anos ou acabam causando lesões como a mutilação da cauda, por exemplo.
É possível que um cão com um distúrbio possa ter dificuldade em interagir com outros cães (sendo muito desajeitado ou incapaz de se aproximar) ou até mesmo não interagir com eles.
Ele pode adotar esse comportamento com cães, com outros animais e até com seus donos.
Essa característica não significa necessariamente que ele é autista; no entanto, é uma atitude preocupante e irritante, tanto para o animal quanto para os humanos que compartilham sua vida.
Nos casos mais extremos, o animal pode ficar preso em um local sem nenhum sinal de emoção. Esse sintoma é mais fácil de detectar em raças naturalmente ativas. Esses cães podem ficar de pé por muito tempo, com os olhos perdidos e fixos.
O que posso fazer para ajudar o cachorro autista?
Como explicamos no início deste artigo, ainda não podemos determinar se o autismo como o conhecemos realmente existe em cães, portanto não há tratamento oficial.
No entanto, os donos que percebem um comportamento incomum do cão devem visitar um veterinário ou etólogo para entender a fonte dessa atitude divergente.
Existem vários tipos de terapias, exercícios e jogos que você pode praticar com seu cão para retardar o processo.
Eles são animais que têm dificuldade em expressar o que sentem. Então precisarão de toda a compaixão e amor que você puder oferecer nessa situação. Por isso, será necessário ter paciência e entender bem que o processo será longo.
Outra dica: tente manter uma rotina rígida de caminhada, assim como nas refeições e nas brincadeiras. As mudanças devem ser raras, já que esses cães dificilmente se ajustam.
Uma rotina fixa lhe dará confiança e ele se sentirá mais seguro conhecendo seu ambiente. Manter a rotina é muito importante.
Obviamente, eles não devem ser punidos porque o castigo inibe a atitude natural, que só piora a situação. Ele não se sentirá livre, seja em casa ou fora, e deve estar livre para cheirar, explorar e se comunicar com os outros, se desejar, sem nunca forçar sua interação.
Para melhorar sua atitude ao ar livre, você poderá realizar exercícios como busca, oferecendo brinquedos estimulantes (sonoros ou com comida).
Acima de tudo, lembre-se de que, para resolver o problema do seu cão, você precisará procurar um especialista, pois sem terapia, o comportamento dele não melhorará.
Fontes: Dr. Nicholas Dodman para a Conferência “Associação Internacional de Consultores de Comportamento Animal”, 2011.