Monitores e televisões de tubo acumulados durante 10 anos de operações da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Consumidor de Porto Velho foram transformados em casinhas para animais de estimação. O projeto é uma parceria da delegacia, que precisava descartar 15 toneladas de lixo eletrônico e um empresário do ramo que aproveita peças desses dispositivos.
O projeto E-lixo foi lançado no dia 7 de outubro, com a doação das primeiras 250 casinhas produzidas. Inicialmente, três entidades da capital que atendem animais abandonados foram beneficiadas.
Noele Leite, titular da delegacia especializada em crimes contra o consumidor, conta que a intenção do projeto é a preservação do meio ambiente com a destinação correta dos materiais.
“Nós queríamos limpar o ambiente para o servidor e para a sociedade e iniciamos o processo de descarte desse resíduo eletrônico. Foi quando a empresa nos procurou a fim de seguirmos uma lei municipal que trata sobre o descarte de resíduo eletrônico”, lembrou.
Cerca de 250 casinhas foram produzidas na primeira etapa do projeto — Foto: Diêgo Holanda/G1
A delegada anunciou também a inauguração de um “ecoponto” na unidade policial. A mesma empresa que constrói as casinhas deve recolher periodicamente os itens deixados no local. “O “ecoponto” é o local onde as pessoas podem trazer resíduos eletrônicos como tablets, celular que não tenha mais utilidade. Você pode depositar esse resíduo aqui na nossa delegacia e você tem a certeza que ele terá uma destinação adequada”.
Romeu Cavalcante é empresário do ramo de reutilização de lixo eletrônico e ficou responsável pelo recolhimento do material da delegacia e transformação nas “casinhas”.”Onde existe lucro tem haver o social. Nós recolhemos todo esse lixo eletrônico. As peças de metais são vendidas no mercado interno e as placas são exportadas para o Canadá para retirada de ouro, prata e platina”.Um dos beneficiados com o projeto é o aposentado Reinado Soares que cria centenas de animais que estavam abandonados nas ruas de Porto Velho. Ele lembra que os monitores demorariam milhares de anos para se decompor em um lixão e comemora a nova destinação dada pelo projeto.
“Além de beneficiar os animais, porque gatos e cachorros gostam muito de ambientes fechadinhos como esse, o ganho maior é ambiental. Nós carecemos muito de uma mentalidade ambiental. Quando a gente vê um projeto como esse, é muito importante”, destaca.
O “ecoponto” da Deccon fica na rua das Crianças, 4685, bairro Areal da Floresta e funciona de segunda a sexta-feira de 7h30 às 13h30.